A Câmara Municipal de Curitiba abriu na manhã desta terça-feira uma comissão processante para investigar denúncia contra a vereadora Kátia Dittrich (SD), a Kátia dos Animais de Rua, apelido que usou durante a eleição. A vereadora é acusada de se apropriar de parte dos salários de seis ex-servidores e a reclamação, após relatório formulado pela Corregedoria da Câmara foi acatada e aprovada por unanimidade pelos vereadores.
A Comissão Processante que vai analisar o caso será formada pelos vereadores Cristiano Santos (PV), Toninho da Farmácia (PDT) e Osias Moraes (PRB). Cristiano é o relator da comissão.
Nos últimos dias a vereadora usou a tribuna para se pronunciar, mas não foi muito convincente ao se defender. O assunto tomou conta das redes sociais e surgiram piadas como a vereadora “dos animais, gosta de fazer cachorro”, em referência ao “jeitinho brasileiro” de pedir nota fiscal acima do que é consumido para ser reembolsado pelo empregador. Contudo, nesta segunda-feira, Kátia abriu o verbo e detonou o suplente da cadeira Zé Maria, do mesmo partido, como responsável por articular um “grande complô” contra ela.“Primeiro quero dizer que fui vítima de um grande complô, por pessoas que querem ocupar o meu cargo. Nesse cenário está o meu suplente. Ele não foi escolhido para representar os curitibanos que confiaram a mim representá-los nessa casa, mas nem todos aceitam essa condição. Estou tranquila e convicta da minha inocência”, disparou, em defesa. “Me sinto enganada, sou uma inocente e sou vítima da sociedade”, emendou.
Ela disse que está disposta a quebrar o sigilo bancário e telefônico dela e pediu que Zé Maria também disponibilize seus dados secretos. “Prezando pela transparência, sugiro que o sigilo telefônico do Zé Maria e dos denunciantes sejam colocados à disposição das autoridades, inclusive meu sigilo telefônico e bancário e, inclusive, que esses dados sejam encaminhados pelo Ministério Público se assim for a vontade desta casa”, afirmou. “Ele implantou as pessoas no meu gabinete”, complementou.
Zé Maria negou a acusação e disse que sequer conhece as pessoas que trabalham no gabinete de Kátia.
O relator da Comissão Processante, Cristiano Santos disse que a vereadora terá dez dias para apresentar formalmente a defesa, depois de ser notificada. “Vamos procurar ouvir todos os lados para que os fatos sejam devidamente apurados e não se comete nenhuma injustiça”, afirmou o vereador.
