As Mudanças

O Brasil entrou num período de intensas, drásticas e rápidas transformações. De repente as estruturas políticas começam a se esfarelar como castelos de areia. Os atuais partidos políticos não fazem mais sentido. Tudo que se vê no Congresso Nacional é um salve-se quem puder.

A última linha de resistência é a defesa do senador Aécio Neves, que foi flagrado tentando extorquir dinheiro de empresários. É só ouvir as gravações para entender como as negociatas eram feitas no Congresso Nacional.

O que está em jogo é todo o grupo de senadores que recebiam dinheiro das empresas, muitos deles já são processados pela justiça, outros ainda não. O medo é que dando a licença para que o senador Aécio Neves seja processado, logo muito outros senadores também serão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O desespero de serem pegos pela justiça é maior que o medo da opinião pública. Dois terços do senado vai ser renovado nas eleições de 2018. O quadro de corrupção do Senado Federal é bem claro. Essa agonia do senador Aécio Neves é um símbolo de transformação da sociedade. São os ventos da renovação que assustam os velhos políticos comprometidos com a corrupção.

O PSDB, partido no qual o senador Aécio continua a ser presidente licenciado, não sabe o que fazer. Uma parte ainda que continuar a dar suporte ao governo Temer, outra parte quer deixar o governo para ter melhor sorte nas próximas eleições. Os líderes do partido, como bons tucanos, ficam em cima do muro e não decidem nada.

Enquanto no Senado ocorre os movimentos para atrasar o processo do senador Aécio Neves, na Câmara dos Deputados é o pedido do STF para investigar o presidente Temer que deverá ser votado. As duas casas do Congresso estão tentando atrasar as investigações de corrupção e fazem todo o possível para tentar escapar das investigações criminais. Enquanto isso questões que envolvem às necessidades da população brasileira são colocadas de lado.

Todo esse quadro de lentidão da justiça e um esforço desesperado dos políticos para fugirem dos processos do STF vai levar a uma grande renovação da política brasileira. O povo já decidiu, não vai votar nos candidatos que foram pegos pelas investigações do Lava Jato. Enquanto as eleições não vem, as crises políticas continuam a desmascarar a classe política. Escândalos se sucedem com frequência. Numa quantidade que reforça a sensação de impunidade.

O outro lado da crise são os privilégios que os funcionários públicos e também os políticos tem na aposentadoria. Os valores são muito mais altos no setor público que no setor privado, além do mais são permitidos o acúmulo de várias aposentadorias. Não é raro que políticos consigam mais de quatro aposentadorias, atingindo valores absurdos.

O valor das aposentadorias ainda não chegou à opinião pública. A classe política está tentando esconder mais esse escândalo. Mas logo isso também virá a público. E de crise em crise o Brasil descobre como a classe política atual criou uma rede de privilégios e de corrupção para o seu enriquecimento.

O Brasil vai renascer após todos esses escândalos. A renovação da classe política vai ser profunda. Poucos vão conseguir permanecer nos quadros políticos.  Uma nova liderança vai emergir.

Uma nova ordem moral vai se desenvolver. Essa mentalidade escravagista vai acabar. Os ricos vão começar a pagar impostos e o pobres terão as suas taxas reduzidas. Os impostos sobre o patrimônio serão aumentados, como acontece nos países mais desenvolvidos.

A renovação política é só um primeiro passo de uma grande transformação que o Brasil está passando. Muitas outras vão se seguir. Os serviços públicos serão renovados. A sua eficiência vai aumentar muito. É uma área na qual os avanços de gestão estão muito atrasados. É só comparar o serviço público com os setores mais adiantados da agricultura. O impacto será semelhante ao que aconteceu com os canaviais, quando chegaram as máquinas de cortar cana, uma grande quantidade de mão de obra vai ser dispensada.

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