Alunos com excesso de peso passam por programa nutricional

Frutas, verduras, legumes, alimentos integrais e sucos naturais vão aos poucos ganhando espaço na mesa de um grupo de estudantes da rede municipal de ensino. Convidadas por professores de Educação Física, crianças em diferentes níveis de risco para excesso de peso ingressaram no Programa de Aconselhamento Nutricional Coletivo (Prana) – parceria da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) com a Secretaria Municipal da Educação. O programa orienta as crianças e suas famílias a comerem com qualidade.

Os estudantes foram diagnosticados pela pesquisa anual do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), da Secretaria Municipal da Saúde, em escolas da Prefeitura. Segundo a pesquisa, cerca de 15% dos estudantes estão obesos – taxa próxima à média brasileira.

Ao longo de quatro sessões de aconselhamento, feitas a cada 15 dias na clínica do curso de Nutrição da PUC, no Prado Velho, crianças e adolescentes receberam informações, de acordo com o nível de compreensão de cada um, sobre as características de um prato saudável, a importância de comer pequenas porções várias vezes ao dia e da ingestão de água. Também começaram a olhar com atenção ao que dizem os rótulos dos produtos.

Famílias presentes

A última sessão reuniu os pais, que fizeram questão de participar do encontro relacionado à saúde dos filhos e da família. Orientados pela professora e nutricionista Cyntia Leinig, os adultos passaram por quatro estações: Alimentos Escondidos (ingredientes dos produtos industrializados e consumidos sem perceber), Show de Horrores (recheio colorido de biscoitos, sucos artificiais e caldo de carne), Porções (para entender as proporções dos nutrientes sobre o que se come efetivamente) e, por último, Avaliação Antropométrica (nutricionistas verificaram as medidas dos pais).

“A presença deles é essencial porque são os responsáveis pela compra do que vai para a mesa. Os resultados que poderemos observar nos filhos decorrerão desse envolvimento”, frisa Cyntia.

O cobrador de ônibus Luiz Fernando Gbur, pai do estudante Guilherme, de 9 anos, da Escola Municipal Ana Hella, estava entre os participantes. “Mudamos radicalmente a forma de comprar. Agora tem até macarrão integral na mesa”, conta. Além de Guilherme, o pai pensa em Heloísa, a segunda filha que nascerá do casamento com a confeiteira Sibonei Denise Bahr Gbur. A gestante, que também participou da oficina de encerramento, produz doces e salgados para lanches. “Estamos nos esforçando”, diz ela.

Mãe do menino Matheus Gabriel, de 6 anos, que estuda no CEI Ulysses Guimarães, a auxiliar administrativa Camila Alves Gaspar diz que o problema familiar com a comida não está na qualidade, mas na quantidade. “As crianças são as primeiras a pegar verdura no mercado, mas a gente come mais do que precisa”, pondera Camila, que também tem uma filha de 2 anos. Além de balancear a dieta, ela e o marido, Willy Eden Alves, procuram levar menos refrigerantes para casa. “Aprendi uma coisa que faz muito sentido: nutrição não é restrição”, diz.

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