Paraná relembra início e fim de um longo martírio na Série B

Fabiano Heves; Daniel Marques, João Paulo (Clênio) e Luís Henrique; Pimpão, Léo, Felipe Alves, Cristian (Naves) e Éverton; Giuliano e Fábio Luiz. Pouquíssimos torcedores do Tricolor vão lembrar desse time, mas foi com essa formação, comandada pelo técnico Paulo Bonamigo que o Paraná iniciou a angustiante jornada na Série B, em 2008 – na derrota em casa para o Avaí, por 1 a 0. No fundo, pelo resultado final, nem é muito bom recordar daquele ano, uma vez que o Tricolor não conseguiu cumprir a meta de voltar  “o mais rápido possível” à elite nacional. Naquele ano, o Tricolor que mudou bastante a equipe ao longo da temporada, terminou a competição, vencida pelo Corinthians, na 11ª posição com 14 vitórias, 7 empates e 17 derrotas.

No ano seguinte, o Paraná melhorou a campanha, mas terminou no meio da tabela, com 53 pontos, em 10º lugar. Em 2010, o Tricolor conviveu com gravíssimos problemas financeiros e os jogadores chegaram a fazer greve em razão dos salários atrasados. O quadro era desesperador, porém, ainda assim, o Tricolor melhorou a campanha ao somar 53 pontos e terminou o ano perto do G-4, em sétimo lugar. Parecia que o calvário paranista estava perto do fim.

Ledo engano, em 2011, o Tricolor brigou para não cair para Série C, o que seria uma tragédia. Se safou do fiasco histórico ao terminar na 13ª posição, com 52 pontos, cinco distante do Icasa-CE, o primeiro a ser rebaixado para a Terceirona ao lado do Vila Nova-GO, Salgueiro-PE e Duque de Caxias/RJ.

Veio o ano de 2012 e o Tricolor teve a companhia do Atlético-PR na Série B. O Paraná variou bons e maus momentos na temporada, mas problemas financeiros novamente atrapalharam a equipe durante a segundona e enquanto o Furacão fazia uma campanha confortável e garantiria o acesso no final da jornada, o Tricolor acabou em 10º, com 52 pontos e aproveitamento de 45,6%.

Em 2013, o Paraná faria então a melhor campanha desde a queda.  Sob o comando de Dado Cavalcanti, o Tricolor que sabia que lutaria por uma das três vagas, uma vez que o Palmeiras praticamente era o grande favorito ao acesso e ao título da Série B – o que se confirmou -, esteve sempre na parte de cima da tabela. Tanto que fechou o primeiro turno com 63% de aproveitamento e 36 pontos. O torcedor paranista que ano a ano via o sonho do retorno a Série A ruir, passou a acreditar novamente no acesso. Mas problemas extracampo, entre eles, de relacionamento de jogadores com o jovem treinador, comprometeu o bom desempenho da equipe e veio a derrocada frustrante. Faltou apenas três pontos para o Tricolor subir.

Em 2014, ano da Copa, o Tricolor esteve longe do acesso. Pelo contrário, no primeiro turno chegou a figurar na zona de rebaixamento. Contudo, conseguiu no mínimo pontos suficientes para não passar mais sustos no segundo turno e encerrou a temporada em 11º, com 51 pontos.

Assim como os times de 2008 e 2011, o torcedor paranista não quer nem lembrar das duas últimas temporadas. Em 2015 e 2016, por falhas na formação do elenco e problemas financeiros, o Paraná foi muito mal e lutou tão somente para se manter na Série B – ano passado, ficou a um ponto da degola.

O sofrimento teve fim em 2017, em que os erros do passado foram usados como lição. A diretoria manteve em dia as contas e resolveu históricas pendências jurídicas trabalhistas, como o caso da exorbitante dívida com o empresário Léo Rabelo. A administração paranista conseguiu dar fluxo a um caixa combalido vendendo mando de jogos-chaves a empresários parceiros, como no emblemático jogo contra o Internacional, na Arena da Baixada, o que garantiu a pontualidade salarial.

Com um time bem organizado taticamente, com solidez defensiva e o apoio maciço da torcida que deu provas de amor incondicional ao time, o Paraná demonstrou nessa temporada que já não merecia ficar mais no segundo nível do futebol nacional.

 

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