Ano de 2018 terá motivos para distração, mas atenções serão voltadas para o dia 7 de outubro

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Por Agência Brasil  

A primeira semana do Ano Novo já foi. Ficaram para trás a festa do Revéillon, as férias coletivas, a despreocupação em acertar o horário do despertador. Parece que foi rápido, não é? Sim, a sensação é que o tempo está passando acelerado e pelo jeito, é um indicativo de como será o ritmo de 2018. Mas o brasileiro deve redobrar e muito a atenção nesse ano porque em meio ao calendário recheado de feriadões, ao Carnaval e ainda a realização da Copa do Mundo da Rússia, haverá uma data que será decisiva para o futuro do País: 7 de outubro.

Nesse dia vai ocorrer as Eleições – para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Os brasileiros têm acompanhado diuturnamente nos últimos anos, os assuntos relacionados aos escândalos de corrupção de centenas de políticos que se apropriaram de dinheiro que deveriam ser destinados para o benefício da população. Quem esquece dos milhões e milhões de reais escondidos em caixas e malas do ex-ministro Geddel Vieira em um apartamento? Da corridinha apressada do ex-deputado federal do Paraná e ex-assessor direto do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures com uma mala R$500 mil reais que, segundo investigações da PF, era fruto de propina? Da enorme lista de políticos que receberam dinheiro da JBS, no esquema de Caixa 2, para que fossem utilizados para campanha eleitoral?  Do jogo sujo pela manutenção do poder do PT no governo, o qual se aliou a políticos da pior espécie do PMDB, PP, os quais, de acordo com a Polícia Federal, fizeram com que recebimentos de propinas de construtoras como a Odebrecht fosse algo natural. O crime se tornou institucional. Como esquecer?

E na lista de políticos da JBS e da Odebrecht, que depois virou a lista de investigados sob a responsabilidade do competente e corajoso ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin não existe apenas nomes de políticos de alto ou baixo escalão do PT, PMDB e PP, mas também do PSDB, DEM, PTB, SD, entre outras legendas.

Hoje, preso na Complexo Médico-Penal em Pinhais, na RMC, o deputado cassado Eduardo Cunha (ex-PMDB-RJ) foi nessa Legislatura o presidente da Câmara dos Deputados e sabia muito bem como seus pares se comportavam. Ele aliás, reforçando, foi eleito pelo voto popular e era tido como todo-poderoso, o mentor de muitos políticos de como levantar uma grana pesada com empresários. Cunha era uma das pessoas de maior influência nos bastidores da política nacional e ao entrar em rota de colisão com a ex-presidente Dilma Rousseff caiu abrindo o processo de impeachment da rival, mas na prisão se calou – há quem diga que teve o silêncio comprado e ainda exerce forte influência no Congresso.

Portanto, o dia 7 de outubro, mesmo em um ano em que o brasileiro estará concentrado na defesa do ganha-pão e depois terá motivos para se distrair com feriadões – dos treze feriados nacionais, dez serão prolongados -, além de acompanhar a Seleção Brasileira e a Copa do Mundo, não se pode deixar levar pelo esquecimento dos crimes que esses políticos cometeram. Não são todos, claro, sem generalizar. Porém, de cada três deputados federais, um é investigado ou responde por uma ação no STF.

O último exemplo de quão desqualificado é o Congresso, em que a maioria não representa o digno trabalhador brasileiro foi a indicação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o cargo de Ministra do Trabalho. Cristiane tem processos pendentes na Justiça Trabalhista e em um país sério, jamais seria nomeada pelo presidente para ocupar tal cargo. Uma piada pronta.  Se isso não bastasse, o suplente dela, Nelson Nahim já foi condenado por exploração sexual de menor. Esse é o nível dos nossos representantes.

O dia 7 de outubro pode entrar na história como o 7 de setembro – a Independência do Brasil de Maus Políticos!

E nessa batalha a arma é o título de eleitor. Nas redes sociais correm mensagens como “Não reeleja ninguém”. Nas ruas o povo já gritou que é “Contra a Corrupção”. A contagem regressiva já está aberta para que essa vontade seja feita nas urnas.

Para o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato, as Eleições 2018 vão representar a “batalha final” da Operação Lava Jato, pois determinarão o futuro da luta contra a corrupção no país. No fim do ano passado, Dallagnol lembrou que a escolha de deputados federais e senadores levará ao Congresso aqueles que aprovarão medidas que permitam o combate à corrupção. Por isso, a sociedade precisa avaliar cuidadosamente os candidatos.

“Tanto pela perspectiva de evitar ataques do Legislativo contra as investigações, como pela perspectiva de avançar reformas, o ano de 2018 é a batalha final da Lava-Jato. A operação não vai ser julgada por quem ela prendeu ou condenou. Será julgada pela capacidade de mobilizar a sociedade e catalisar esforços para que reformas contra a corrupção sejam feitas e, para que assim possamos alcançar um país mais justo. Isso depende do Congresso que elegeremos em 2018. Será uma grande vitória se forem eleitos para os cargos de deputado federal e senador candidatos com passado limpo, compromisso com a democracia e com a agenda anticorrupção”, disse Dallagnol. E que assim seja.

Que após o dia 7 de outubro possamos realmente comemorar um Feliz Ano Novo.

 

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