Convívio com animais

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

“O bicho lá, nós aqui!” Não era bem assim…
Há três ou quatro gerações, um grande percentual de pessoas era originária do sítio, da roça ou das fazendas. Lá se convivia com o bicho: vaca de leite, porco, galinha… Alguns “trabalhavam” para o homem: cavalo (montaria), boi de canga (arado, carroça), cachorro (vigilância da casa), gatos (contenção de ratos)… Uma verdadeira e grande parceria!
Depois, o homem começou a migrar para a cidade. Não poderia levar consigo esses animais, especialmente os de grande porte, mesmo porque já não seriam necessários. Curioso que nesse grande êxodo rural, dos anos 60 a 90, o homem largou tudo, incluindo cachorro e gato. Em verdade, haviam perdido a função – na cidade, havia polícia e não havia ratos como no campo…
Esse migrante adotou novo estilo de vida, com a difícil adaptação ao convívio humano. Na roça (sítio, fazenda), todo mundo é amigo, ou prestativo… Na cidade, como se costuma dizer, “ninguém mostrava os dentes” para o novato… As pessoas eram mais retraídas e, antes de se saber “quem é quem”, ninguém “abria a guarda”. E, até hoje, é assim, porque, como se diz, “tem gente de todo tipo”…
O novo citadino sentia falta ou saudade da vida no sítio? Claro, e muita! Lá havia galinha caipira, ovo caipira, leite fresco, nata pura, frutas frescas, verduras de primeiríssima… mas também havia contingências e, na cidade, havia suas compensações – tudo mais perto, especialmente remédios, médicos, hospitais. Mas, tirar o bicho da cabeça não era tarefa fácil, nem ficar sem o pomar e a horta. Foi surgindo, então, como que uma “acomodação”: sem vaca, sem cavalo, mas ao menos com cachorro e gato… E a vida na cidade foi-se tornando mais aprazível…
Anos depois, até em apartamentos passaram a conviver cães e gatos, inclusive em casas e apartamentos de luxo… Inicialmente, os cães tinham pequeno ou médio porte; depois, raças maiores foram procuradas e, mesmo, desenvolvidas. Hoje, temos em apartamentos cães São Bernardo, Rusky Siberiano… Virou moda! Hoje, sem sombra de dúvida, temos centenas de vezes mais cães na cidade do que no interior (sítio, roça)… Sem exagero algum e sem qualquer ponta de crítica, muitas pessoas não viveriam de bem com a vida sem seu bichinho em casa.
Quer saber mais? Atualmente psicólogos e psiquiatras aconselham pacientes a ter um bichinho de estimação em casa e, em sendo possível, até no trabalho.
Durante a quarentena, um dos poucos segmentos comerciais que não foram abandonados foi o mercado pet. Embora menor, ainda há procura pela adoção de animais, inclusive de gatos (pois não requerem passeios). Quando se adota um gato, aconselha- se adotarem-se dois, porque em apartamento, enquanto o tutor trabalha, eles têm um ao outro.
Se o amigo leitor considera adotar um animalzinho, lembre-se de que a adoção não termina com a quarentena: é para a vida toda!

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