Vamos caçar?

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Criação de animais selvagens: faça criação de queixadas, de antas… nem que seja para vender para o governo… Espere aí! Estamos no Brasil, onde o governo não paga sequer as terras que ele mesmo desapropria, para fins de reforma agrária… A dívida pública é astronômica… Não paga, nem irá pagar, e isso não é culpa deste governo que já entrou falido, mas é culpa do governo. Desista da criação sugerida, mas poderá criar esses e outros animais com outro objetivo: fazendas de caça.
Vamos citar apenas 3 exemplos estimulantes. No Canadá, existem as fazendas de elks (cervos que passam de 300 Kg). O excedente é vendido para o governo, que os solta num parque nacional, objetivando manter as alcatéias de lobos – isso que é mordomia! Outro exemplo é do Mato Grosso do Sul, região de Amambai. O fazendeiro tinha muitos amigos, especialmente caçadores de perdiz. Ele foi engenhoso, “matando dois coelhos com uma cajadada”: no meio da fazenda, plantou arroz, disposto em “tiras” (como que listras) compridas. Uma vez maduro, o que sobrava das perdizes e codornas, colhia; nem tanto para pagar os custos, mas porque o arroz, com “ceifa alta” (cortado a 30 cm do solo), brota e volta a produzir – bem menos, mas o suficiente para criar e engordar perdizes. Veja que, quando o arroz começa a lourar (amarelar, entrar na maturação), as perdizes passam a se alimentar dele, saltitante para apanhá-lo. Quando da colheita, boa parte cai e, sendo na época da seca, não brota tão cedo… Dá tempo da safrinha advinda da brota “entrar no cardápio”. O terceiro exemplo, dos Campos Gerais, com codornas. Nessa fazenda não havia plantação alguma; mas, dado ao fato da caça dar-se somente por dois meses do ano (maio e junho), a população se mantinha.
Dos 3 exemplos, o de Amambaí é o ideal. Havia tanto perdigão (também codorna e codorna buraqueira) que o caçador poderia sentar-se numa cadeira e caçar dali (assim se comentava na região).
No sudoeste do Paraná, 40 anos atrás, um cidadão comprava pacas que iam para o abate, de uma criação. Quando conseguiu quintuplicar o número dos bichinhos, soltou-os no sítio. Em menos de 2 anos depois, caçadores clandestinos haviam abatido todas as pacas.
A criação de qualquer espécie selvagem atrairá caçadores; legalizados (podendo transportar), não há distância que os desanimará. O “turismo da caça” poderá ser caro, porque sempre tem quem pague. De Curitiba não estão indo pescar na Amazônia? Só o deslocamento local, de táxi aéreo, ultrapassa 5 mil Reais!
Como estabelecer uma fazenda de caça? Quando novamente autorizado por lei, junto ao IBAMA se conseguirão as informações e, também, as matrizes para começar. O começo deverá ser associado à produção agrícola, ou ao reflorestamento, ou a qualquer outra atividade… Não será “da noite para o dia”, mas por certo será um empreendimento interessante e, quem sabe, lucrativo!

 

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