A batalha da comida

Foto: Reprodução

Por César Graça

Novos tempos, novas batalhas. O novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante a sua campanha, afirmou que o Brasil não cuida bem da Amazônia. Inclusive propôs que um grupo de países auxiliassem o Brasil nessa missão. E acrescentou uma ameaça – se o Brasil não permitisse esse auxílio poderia perder a capacidade de administrar a Amazônia. Ameaças desse tipo não são novas. A maioria dos países desenvolvidos já fizeram essa ameaça no passado. Antes essas ameaças eram enfrentadas pelo Exército Brasileiro, agora, por toda a população.

O domínio das esquerdas nos últimos 30 anos propiciou um grande atraso no crescimento econômico do Brasil. A crise econômica e social produzida na Venezuela foi um grande alerta para os brasileiros. Era evidente que eles iriam fazer o mesmo com o Brasil. Da mesma forma que hoje estão fazendo com a Argentina. Foi um dos motivos que ajudou a eleição do presidente Bolsonaro.

Os brasileiros tomaram consciência das ameaças que são os partidos de esquerda. Agora começam a perceber que os países que se dizem de direita também são uma ameaça ao crescimento do Brasil. A tentativa de domínio da Amazônia é somente uma desculpa. O que alguns países mais desenvolvidos mais temem é o crescimento econômico do Brasil.

Eles viram o crescimento da China em poucos anos. E isso os assustou. Agora estão vendo a Índia seguir o mesmo caminho. Uma terceira nação entrando para o grupo das cinco nações mais ricas do mundo coloca os países europeus para escanteio. Até a Alemanha vai se tornar um país de segundo nível.

O Brasil tem um território que está na quinta posição entre as maiores nações do mundo. E a população está em sexto lugar. Só por esses dois dados já é um destaque. Mas é na produção de alimentos que o Brasil está se revelando para o mundo. É o maior produtor e exportador de soja. Alimento que a China é o maior importador.

O Brasil está numa região tropical. Muito diferente dos países mais desenvolvidos. A nossa tecnologia de produção de alimentos é muito diferente da dos climas temperados. Aqui, em média, chove mais do que o dobro anualmente. O que gera grandes desafios para a agricultura. Hoje o Brasil desenvolveu uma tecnologia de ponta para a produção de alimentos em climas tropicais. Consegue produzir duas safras por ano sem irrigação. Com irrigação, até quatro.

E por causa dessa produtividade é que o Brasil é extremamente competitivo e não pelo tamanho que tem. Hoje o Brasil só usa 30% da área agriculturável, 7% para agricultura e 23% para a criação de gado.  Ou seja, pode aumentar a sua produção em mais de 4 vezes, só fazendo a integração agricultura-pecuária, tecnologia que também domina. Nenhum país do mundo tem esse potencial de crescimento na produção de alimentos com tanta rapidez.

O mais importante é que o Brasil está crescendo mais de 3% ao ano no ganho de produtividade na agricultura há mais de 40 anos. E nada indica que esse ritmo deva cair nos próximos anos. Com isso o Brasil tem um custo de produção, da porteira para dentro, invejável.

Esse é o motivo de tanto atrito com os países mais desenvolvidos. O Brasil tem o potencial de se transformar no maior produtor de alimentos do mundo num futuro muito próximo. O que é um grande desafio para as nações mais desenvolvidas, inclusive os Estados Unidos, que precisam subsidiar a sua produção de alimentos para serem competitivos no mercado mundial. As nações que têm mais dificuldade de competitividade são as que mais atritos têm com o Brasil. Esse atrito deve aumentar muito nos próximos anos. Pois o Brasil vai aumentar muito a sua produção de alimentos.

Agora que o novo governo está apoiando a agricultura. Com a melhoria da infraestrutura de exportação. Com a melhor manutenção de algumas estradas e asfaltamento de outras. Isso já melhorou muito a competitividade brasileira. Com ampliação da malha ferroviária, que também está sendo feita, a redução dos custos de transportes será muito grande já nos próximos três anos.

Em menos de dois anos a realidade da agricultura brasileira já melhorou consideravelmente. Os preços pago aos agricultores melhoraram bastante. Isso sem nenhum subsídio. Com a nova malha ferroviária essa melhoria vai se ampliar.

O consórcio de produção de soja e milho numa mesma área e num mesmo ano dobra a capacidade de produção de grãos. Algo que nenhuma nação no mundo consegue fazer. Hoje o Brasil já é o maior produtor e exportador de soja. Logo será também de milho, tirando a liderança mundial dos norte-americanos.

O Brasil tem uma longa tradição de mais de 400 anos de produção de açúcar e álcool de cana-de-açúcar. Agora já produz álcool e ração animal de milho (DDG), como fazem os norte-americanos. Essa dupla habilidade abre as portas para o Brasil se tornar o maior produtor de álcool combustível e de proteína animal do mundo. Hoje, 10% do álcool produzido no Brasil já vem do milho. Aumentar essa produção em 10 vezes, em poucos anos, é possível. A exportação de álcool combustível é bem mais fácil do que a de grãos. Pois o álcool é facilmente transportável, em grandes quantidades, através de alcooldutos.

Hoje o estado que mais produz grãos é o Mato Grosso. Também é o maior produtor de álcool de milho. Com a ampliação das usinas de álcool e de ração de animais a produção de proteína animal deve explodir.

Com a agricultura de exportação o crescimento econômico deve ser maior no interior do país. O que muda totalmente a realidade econômica brasileira. Hoje a riqueza ainda se concentra no litoral. Essa realidade deve se transformar em poucos anos.

O crescimento econômico brasileiro deve se descentralizar. Mesmo o Nordeste deve participar ativamente dessa onda de crescimento econômico. Pois, hoje as duas novas fronteiras agrícolas – Matopiba e Zona da Mata – estão no Nordeste. Toda a tecnologia desenvolvida na produção agrícola está sendo transportada para lá com excelentes resultados. E o Nordeste tem uma vantagem a mais, está bem perto do litoral e de bons portos. A exportação se faz lá com muito mais facilidade. A infraestrutura de exportação de grãos já está sendo ampliada. Em poucos anos as exportações do Nordeste devem explodir e promover um desenvolvimento econômico na região mais atrasada do Brasil.

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