O mundo dos bichos

Foto: Reprodução internet

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Curioso que os bichos estão por tudo. Sua casa, mesmo que bem cuidada, é um zoológico. Milhares ou milhões de ácaros, minúsculas formigas em fissuras quase invisíveis, de quando em vez os mosquitos (pernilongos e até borrachudos ou pólvoras) e alguma mosca, aranhas de pequeno porte (marrom, saltadeira…)… E ratos, tem ratos? Dentro de casa, não; mas observe as bocas-de-lobo, o piso, o jardim e verá camundongos e ratazanas circulando… Vez por outra, alguma abelha ou vespa… E as traças? E as baratas?
O homem menos moderno temia os tubarões no mar, os ursos, leões, onças, crocodilos, etc. em terra… Para resolver esse problema, foi criando técnicas (barcos maiores, armas mais potentes e mais letais…) e foi sobrevivendo; defendeu-se e chegou aos dias atuais.
Agora, qual o “monstro” que ameaça o homem? Um monstrinho horrendo, asqueroso: o coronavírus. É tão pequeno que se poderia pensar ser inofensivo, desprezível, de fácil controle… Mas não é; ao contrário, tornou-se qual o tubarão devorador, o leão faminto… Ataca mortalmente e o homem atual, moderno, inteligente, vem tendo a maior dificuldade para se livrar dele. Medicamentos, muitos têm apresentado valiosa ajuda, mas não estão resolvendo o problema. Quem sabe as vacinas!… As vacinas são nossa esperança, nossa “tábua de salvação”… Até aqui, entretanto, os “estragos” no gênero humano são grandes, irrecuperáveis… A vida ceifada é irrecuperável!
Também horrendo, asqueroso é como o ser humano é vingativo, hostil, corrupto. Explico. Vingativo, porque sempre que alguém sofre uma injustiça, especialmente quando de um mal físico ou morte, o que se ouve de todos os mais próximos são expressões como essa: “Que se faça justiça!” – querendo dizer: “Que se imponha ao agente mal semelhante!”. Hostil, porque mediante qualquer perturbação o revide é instantâneo, automático… Corrupto, porque exatamente agora, na pandemia, o ser humano resolveu “revelar-se”, mostrar quem é… Quanto governante (incluindo-se auxiliares da Administração Pública) aproveitou o ensejo para roubar, para apropriar-se do dinheiro, das verbas públicas!… Quanto desvio, quanto desmando! E não é só… Fosse “só” isso, nem poderíamos dizer que “o ser humano se revelou”. Em algum período da historia humana ocorreram tantos crimes contra o patrimônio? Cheques falsificados, cartões clonados, apropriação das pequenas “verbas de fome” destinadas aos pobrezinhos (auxílio emergencial), fraudes nos cartórios, nos correios e, ultimamente, em tribunais (meados de novembro, TJ/MG) e na própria polícia, incluindo a PRF (onde há quem favoreça o transporte de armas para o crime organizado, e de tóxicos para traficantes) e a própria PF, que há poucos dias “fechou o cerco” a integrantes que se desviavam da função…
Será que não percebem o momento de dor, de calamidade?… Em que espécie de “bicho” o ser humano tem-se tornado?!… Bem dizia Platus: “Homo hominis lupus” – em citação de Hobbes: “O homem é o lobo do homem”.

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