A nossa “Torre de Babel”

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Conta a história hebraica que, em tempos antigos, a humanidade se entendia, falava uma mesma língua, até que por vaidade o homem quis construir uma torre que chegasse ao céu: a Torre de Babel. O castigo da vaidade causou dispersão: passaram-se a falar diversas línguas, e ninguém mais se entendia.
De lá para cá, a humanidade evoluiu. O homem é dotado de inúmeras potencialidades, especialmente intelectuais: inventou milhares de engenhos, aparelhos, utilidades, aperfeiçoou milhares de criações de seus ancestrais… Foi até a lua e, agora, prepara-se para pousar em Marte, “de mala e cuia”, isto é: com potencial tecnologia para criar, lá em Marte, condições favoráveis à vida humana. Realmente, o homem é o “Rei da Criação”! Não é?!…
Precisamos analisar o momento para melhor entendermos esse “reinado”. Vivemos uma pandemia. Ficou muito fácil para a magnífica inteligência humana encontrar o caminho para superar a pandemia e “sairmos dessa” ainda mais revigorados… Não é? Vamos relembrar.
Há ano ou pouco mais, nossas autoridades (políticas e médicas) declararam que a ivermectina e a hidroxicloroquina eram a solução para prevenção e, mesmo, tratamento. Depois, desaconselharam ambos, dizendo- os ineficazes. Após, a OMS sinalizou favoravelmente. Posteriormente, foi declarada a ineficácia novamente…
Ao mesmo tempo, outras medidas foram tomadas, como o isolamento social. Mas, quando o isolamento surtia efeitos positivos, era flexibilizado, de modo que outra “onda” de contaminação acontecia… e, assim, sucessivamente, até hoje. Melhor isolamento sem trabalho, ou trabalho sem isolamento? Alguém perguntou: “Melhor morrer de Covid ou de fome?”. Como se houvesse somente essas alternativas! Evidente que não!
Então, surgiu a sinalização por vacina. A China foi vanguardeira, desenvolvendo rapidamente vacina específica. Mas, foi na China que a praga começou… Comprar da China? Há quem entenda que esse país desenvolveu o vírus. Por outro lado, é a vacina que menos tem causado efeitos colaterais… Houve países que não encomendaram vacinas e a praga se alastrou, tornou-se extremamente difícil barrá-la.
Aulas… presenciais ou à distância? Afinal, criança transmite o vírus em casa, ou não?… Uns pregam o retorno, outros são contrários; depois, invertem-se as posições… Aliás, agora estão reintroduzindo a ideia de prevenção por hidroxicloroquina!
Amigo leitor, se perguntar a 10 especialistas quais os melhores remédios, como o vírus se propaga, etc., terá 10 opiniões diferentes. Por trás de tudo há interesses econômicos, mesquinhos interesses políticos e, sobretudo, muita vaidade. Parece confuso? Somado a isso, há a instrumentalização da “contrainformação” (uma das vertentes é a indústria das fake news). Vivemos uma verdadeira “Torre de Babel”!
Como saber em que acreditar?… É difícil. Quem conhece médico, enfermeiro ou veterinário pode perguntar a opinião (uma das especialidades dessas profissões é saúde pública); mas, isso resolveria ou adicionaria mais uma voz às divergências?…
Talvez devamos assumir a responsabilidade e acreditar exclusivamente nos cuidados que nós mesmos tomamos e vamos continuar tomando diuturnamente…

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