O Intestino e a Saúde do Corpo

Imagem: Reprodução internet

Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.

E chegamos ao artigo final, onde abordaremos a relação da saúde intestinal com a saúde do corpo. Já mostramos a conexão cérebro-intestino (você pode ler aqui >> https://asemananews.com.br/2021/02/26/conexao-cerebro-intestino/) e desvendamos a microbiota intestinal (leia aqui >> https://asemananews.com.br/2021/03/05/microbiota-intestinal/).
Desde que foi descoberta a importância do intestino para a saúde e a qualidade de vida a atenção ao órgão passou a fazer parte de tratamentos multidisciplinares de diferentes distúrbios e doenças. Para os especialistas, os benefícios desse cuidado vão muito além de prevenir prisões de ventre, gases e inchaço abdominal. Tem a ver com o bom funcionamento de todo o organismo, pois ajuda a prevenir doenças, aumentar o bem-estar e, até mesmo, alcançar uma boa forma corporal.
Vários estudos já relacionam a Microbiota Intestinal (MI) e o perfil metabólico. Existe relação bem clara para o risco de obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e síndrome metabólica. E esta composição de microrganismos está ligada com o que comemos. Indivíduos com sobrepeso ou obesos possuem esta população microscópica desequilibrada.
E não é só com o metabolismo e gordura corporal que a “flora intestinal” se relaciona. Outras evidências têm sido produzidas confirmando a relação entre estes microrganismos e todo o Sistema Imunológico, tanto o inato quanto o adquirido. Desta forma, a microbiota intestinal, além do já reconhecido valor de interferência em nosso estado nutricional, desempenha um papel fundamental na maturação, desenvolvimento e regulação do sistema imunológico. Um deles é a formação de células especializadas (linfócitos Treg) que controlam processos inflamatórios. E isso ocorre tanto localmente, no Trato GastroIntestinal (TGI), quanto no corpo todo. Estes linfócitos tem a capacidade, inclusive, de controlar a proliferação de células danificadas ou cancerígenas.
Muitas teorias são elaboradas para explicar as doenças de distúrbios imunes (alergias e doenças autoimunes) e infecciosos atuais de maior gravidade (que poderiam ser menor em muitos indivíduos). Uma delas é a de que, pelo uso excessivo de antibióticos e uma dieta atual pobre em nutrientes essenciais e muito rica em calorias (especialmente açúcares simples), alteramos substancialmente a população de organismos essenciais na microbiota intestinal, dando oportunidade (pela concorrência diminuída) para organismos parasitas, de forma a comprometer todo esse processo regulador. E adoecemos com maior facilidade e com maior gravidade. E mais, esta complexa interação sistema imune-microbiota saudável serve também como um “programa de treinamento” para o sistema imune. Assim ele estará sempre melhor preparado. Muitas pesquisas relacionam indivíduos com microbiota reduzida ou desequilibrada com respostas imunes deficientes contra diferentes agentes patogênicos. Neste contexto, fica evidente que a microbiota intestinal passa a ser um alvo terapêutico provável na prevenção e tratamento de doenças infecciosas, alérgicas e autoimunes.
Estes mesmos comensais intestinais podem induzir a produção de substâncias secretadas pelo órgão (como o hormônio serotonina e o neurotransmissor GABA). A serotonina está envolvida em várias funções orgânicas, cerebrais, cardiovasculares e agregação plaquetária. E sua influência em transtornos neuropsiquiátricos, incluindo a depressão, já é bem conhecida. Por estas evidências pode-se traçar um paralelo entre a microbiota e alguns transtornos psiquiátricos, o que vem sendo muito estudado atualmente.
Outro exemplo da interferência da microbiota intestinal é na secreção de hormônios para a resposta corporal ao estresse. Indivíduos com intestino desregulados reagem, fisiologicamente, desproporcionalmente e exageradamente aos estímulos.
Parece ficar evidente que a microbiota intestinal está mais para um órgão acessório complexo do que apenas um amontoado de bactérias. Não há como negar a relação estreita entre a microbiota e o organismo humano. Os microrganismos residentes no corpo têm um papel significativo na regulação da fisiologia e metabolismo de seus hospedeiros e na prevenção de infecções patogênicas. Em contrapartida, hábitos alimentares e de modo de vida dos seus hospedeiros (somos nós) faz toda a diferença na determinação da composição da microbiota: se uma que nos ajuda ou atrapalha, nos torna mais saudáveis ou mais doentes! Afinal… Somos o que comemos!
AFINAL… A SAÚDE É O MAIS IMPORTANTE!
FAÇA A COISA CERTA!
Contatos >>
https://www.instagram.com/sergioqualifis
https://www.facebook.com/QualiFisPersonal/

- Anuncie Aqui -