Tratando feridas

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol 

O distanciamento social e a permanência em casa diminuem o risco de contrairmos doenças respiratórias, como a Covid-19; mas o isolamento prolongado predispõe pessoas a quadros de ansiedade, insônia, agitação, irritabilidade, depressão. Somos animais sociais, imersos numa cultura em que o convívio social tem grande importância. Assim, similarmente, também os animais.
Cachorros de apartamento que não saem passear o necessário podem desenvolver algumas alterações, como ansiedade, agitação e irritabilidade. Eventualmente, podem machucar-se com maior frequência. Se mais de um habita o mesmo espaço, podem começar a se desentender e a ter pequenas brigas. No meio da pandemia, nem sempre podemos levar o cachorro ao veterinário com tanta frequência… Pode convir sabermos tratar de feridas leves.
Quando um cachorro se machuca de leve, a tendência é sarar rapidamente, especialmente se for um cachorro jovem, quando o organismo responde rápida e intensamente. O mesmo pode não acontecer quando a idade chega… E, se a ferida infecciona, isso causa mais problemas e dá bem mais mão-de-obra do que se houvesse sido tratada “exageradamente bem” desde o início – sem contar que o custo do tratamento aumenta bastante.
Grosso modo, os cuidados com uma ferida de cachorro são os mesmos que teríamos com um humano: lava-se o local da ferida com água e sabão, passa-se um spray antisséptico veterinário e, se for bem leve, para-se por aí. Pouco mais que isso, pode ser interessante remover alguns pêlos das áreas mais afetadas e utilizar uma das pomadas veterinárias específicas para essa finalidade, que podem ser compradas sem receita médica. Mas, se usar pomada, precisará fazer curativo e, sobre ele, enrolar no cachorro uma malha, para que ele não consiga lamber a região afetada. Em alguns casos, poderá ser necessário colocar no animal um colar elisabetano (“cone” terapêutico).
Lamber feridas pode ajudar no processo cicatricial, quando superficiais; mas muito antes disso já promove a contaminação da lesão, favorecendo infecções. Cuidado com remédios caseiros, especialmente se não cobrir a ferida – salientamos dois possíveis problemas: 1) a ingestão do remédio (ao lamber o local) pode fazer mal ao animal; 2) o remédio pode ter sabor agradável ao cachorro, estimulando-o a lamber ainda mais a lesão.
Se o cachorro começar a lamber insistentemente algum lugar da pele sem nele haver uma ferida provocada por acidente, pode estar surgido alguma dermatite ou outro probleminha, às vezes causado até pelo estresse. Passa a ser importante consultar um veterinário. Também se a lesão for significativa é importante consultar um profissional, porque os medicamentos e cuidados prescritos diminuirão o tempo para a cicatrização e, com isso, o desconforto do animal, os riscos de infecção, o serviço do tutor e os custos do tratamento. Todo mundo ganha quando se cuida desde cedo.

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