Como a tecnologia afeta os animais domésticos

Foto: petchatz

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Conversamos em diversas oportunidades sobre a evolução do bicho homem até os tempos atuais e vislumbres do seu futuro. Temos entendido que em nada conflitam a ciência e a bíblia, cujas lacunas de informação têm dado margem a preferências de interpretação. Mas parece que sobre a evolução dos animais pouco se discute, e ainda menos sobre a evolução do relacionamento entre o homem e os animais… Como a tecnologia que desenvolvemos influenciará a vida dos animais e nosso relacionamento com eles?…

Tem sido notória a influência da tecnologia nos saltos de evolução social humana das últimas décadas, e essa tecnologia, quando aplicada à medicina, tem flagrantemente aumentado a saúde e a expectativa de vida humana, além de fornecer soluções, mesmo que ainda imperfeitas, para a mobilidade e o desenvolvimento de pessoas que sofreram limitações, por exemplo por força de acidentes. Assim é que se desenvolveram exoesqueletos mecânicos para dar suporte a corpos que não conseguiriam ter liberdade de movimento, e chips capazes de controlar membros mecânicos com o pensamento de forma similar a como controlamos nossos braços e pernas naturais. Embora a tecnologia médica passe com frequência por testes com animais antes de ser testada em humanos, até o momento, dado ao custo elevado dessas soluções, poucos humanos têm acesso a elas e não se tem notícia de seu fornecimento a animais. Evidentemente, com o tempo, o desenvolvimento complementar e o barateamento desses custos, a tendência é que mais humanos e também animais domésticos se beneficiem dessas soluções.

Algumas formas de tecnologia de menor custo já impactam o relacionamento entre animais domésticos e seus tutores: são aquelas que permitem comunicação à distância. Existem dispositivos que permitem a tutores ligarem por chamada de vídeo para seus animais de estimação, sem que seja necessário alguém atender do outro lado. Assim, quando os tutores têm um tempinho, podem “ligar” para seus cachorros ou gatos e chamá-los; reconhecendo a voz, os animais vêm até um tablet ou monitor posicionado em altura adequada para a comunicação. É necessário algum treino prévio para o animal aprender a entender que existe uma pessoa interagindo com ele por meio de uma tela. O que acontece com frequência no início é que o animal reconhece a voz, mas não consegue entender como isso é possível sem que a pessoa esteja fisicamente presente, e fica procurando a pessoa ao redor ou atrás do dispositivo, angustiado que não a encontra. É preciso primeiro treinar o animal com a ajuda de outra pessoa, para que ele consiga entender o processo de comunicação à distância. Esta ferramenta pode ser muito útil quando os tutores viajam e precisam deixar o animalzinho, para diminuir o estresse causado pela saudade.

Outras tecnologias influenciam o relacionamento e o desenvolvimento das espécies. Continuaremos conversando sobre elas na próxima semana.

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