Pandemia e desastres naturais

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© IDR-PARANÁ

Por César Graça

O ano de 2021 não vai deixar saudades. As tragédias foram intensas. Primeiro foi a epidemia que mudou o comportamento das pessoas. Isso mexeu com tudo. Agora são as tragédias da Natureza. Cada canto da Terra tem a sua. Elas foram tantas que até está difícil começar.

Então vamos começar com a nossa: um inverno intenso, como há bastante não havia. Muitas geadas. Todas bastante fortes. A agricultura sofrendo bastante. Poucos falaram da neve de 75. Curitiba parou para ver a neve. Alguns falaram de uma neve em 32. O que dá para lembra é que tudo são ciclos. Se repetem de tempos em tempos. A natureza é cíclica.

Aos poucos chegaram notícias de uma grande geada no Paraná. Que os cafezais do norte do estado tinham sido dizimados. O Paraná era um estado movimentado a café. Precisou se reinventar. A soja veio devagar. Foi crescendo aos poucos. O café foi para Minas Gerais. O Paraná se modificou com a soja. As grandes cooperativas cresceram. As exportações aumentaram. Uma nova riqueza se desenvolveu: a produção de carnes.

As geadas de 21 vão mexer pouco. Atingiram um pouco o milho da safrinha. Um pouco do trigo também foi atingido. Mas nada comparado com as geadas de 75. Setembro virá e a soja vai ser plantada com um ânimo redobrado.  Será uma safra espetacular. Os insetos serão poucos. As geadas fizeram uma redução muito ativa dos parasitas das lavouras. E a vida vai continuar com os seus ciclos.

Na China, o rio Amarelo fez das suas. As chuvas foram concentradas em poucos dias. As enchentes foram muito violentas. Muitas obras não resistiram. Muitas pessoas morreram. Muita coisa vai ter que se refeita. As importações de alimentos terão que aumentar mais rapidamente. Mas nada que não tenha acontecido no passado. A China vive ao ritmo do rio Amarelo há milênios. Fome e abundância se intercalam. Hoje a China tem o Brasil e os Estados Unidos para supri-la. No passado, não tinha essa tábua de salvação.

A Europa também teve muitas chuvas concentradas. Poucas pessoas pereceram. Tudo vai ser refeito rapidamente, como aconteceu no passado. Novas obras vão amortecer melhor as futuras chuvas. Novas regras de edificação vão prevenir mais os futuros desastres. As lições são mais rapidamente aprendidas. A China não pode se dar ao luxo de deixar áreas sem uso. A Europa pode. O Brasil pode facilmente mudar as plantações. As regras de plantio podem ser mudadas. Tudo é aprendizado. A ocupação dos terrenos vai se modificando conforme os desastres. Nada é como antes, tudo são ciclos.

As epidemias também são ciclos. É a natureza se renovando. As pessoas vão mudando os hábitos de higiene. Os laboratórios vão se aprimorando. Novas doenças mais desafiadoras virão. Novos remédios serão criados. E a vida vai se adaptando aos ciclos. Tudo são mudanças. Tudo é aprendizado. Faz parte da construção de civilizações.

O que está acontecendo agora é uma comunicação mais intensa. O mundo inteiro está se comunicando a cada instante. As notícias já não demoram dias para chegarem. Há poucos dias, os jornais chegavam ao interior do Brasil com dias de atraso. Era normal ler jornais defasados. Era o que tinha. Antes as notícias viam de navio. Levavam meses. Antes ainda, não se sabia da existência de outras civilizações em outros continentes. As distâncias diminuíram. É só isso.

Nada está parado. Tudo está se movendo. O tempo se move. A recuperação logo vem. As safras serão maiores, pois o frio conteve a multiplicação dos insetos. Muitas obras serão refeitas, outras feitas para conter as inundações. A vida continua.

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