Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.
No artigo anterior abordamos, superficialmente, um pouco sobre a evolução e/ou adaptação humana e dos processos e avanços tecnológicos humanos relacionados com o grave desenvolvimento da obesidade. Mas, enfim, o que podemos fazer para minimizar esse grave problema mundial?
É importante estarmos cientes que proporcionar um ambiente mais saudável para diminuir o problema da obesidade no mundo requer uma abordagem abrangente, multidisciplinar (profissionalmente com seus diferentes especialistas) e a cooperação de entidades e organizações internacionais, governos, comunidades, setores estatais e privados, indústrias, comércios, serviços e indivíduos. Afinal, a obesidade é uma doença grave e necessita ser enfrentada com coragem e determinação.
Algumas ações urgentes devem ser assumidas por governos e instituições (públicas e privadas) e cobradas pela sociedade:
Educação Nutricional: Promover a educação nutricional desde a infância é fundamental. Isso inclui ensinar às pessoas sobre escolhas alimentares saudáveis – alimentos de verdade – como preparar refeições equilibradas e como ler rótulos de alimentos para fazer escolhas adequadas. Ensinamento para escolhas alimentares mais conscientes, optando por alimentos ricos em nutrientes, como frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura. Orientação sobre o tamanho das porções para evitar o excesso de comida. Usar pratos menores, dividir porções em metades quando comer fora e evitar comer diretamente da embalagem. Educar para uma boa hidratação regular ao longo do dia. Às vezes, a sede é confundida com a fome, o que pode levar ao excesso de calorias. E a água é fundamental para o perfeito funcionamento metabólico, de todos os tecidos, órgãos e sistemas do corpo.
Acesso a Alimentos Saudáveis: Garantir que as comunidades tenham acesso fácil e acessível a alimentos saudáveis, como frutas, vegetais e proteínas magras, é crucial. Isso pode ser alcançado através da promoção de mercados de alimentos frescos, hortas urbanas e políticas que incentivam a venda de alimentos naturais e saudáveis.
Regulamentação de Alimentos Não Saudáveis: Esse é um assunto polêmico. Mas que deveria pelo menos entrar em pauta para discussões mais aprofundadas e especializadas. Maiores informações sobre o prejuízo causado à saúde, principalmente das crianças, por alimentos com teores elevados de açúcar, gorduras trans e sódicas, nos alimentos processados e ultraprocessados, deveriam fazer parte numa rotulagem e propaganda clara e informativa. O consumo seria, ao menos, mais consciente.
Ambientes Amigos da Atividade Física: Projetar e desenvolver nas cidades e comunidades ações e infraestrutura que incentivem e motivem a atividade física. Isso inclui a criação de calçadas seguras, áreas de lazer ao ar livre, quadras poliesportivas, ruas de lazer, ciclovias, oficinas criativas (para confecção e utilização de brinquedos), palestras, academias ao ar livre (em parques e praças), gincanas, promoção de atividades físicas em escolas e locais de trabalho.
Redução de Alimentos Processados: Educar e encorajar na redução do consumo de alimentos altamente processados, ricos em calorias vazias, açúcares aumentados e gorduras saturadas. Maior incentivo às feiras, feirantes, produtos naturais e artesanais.
Apoio a Programas de Perda de Peso: Fornecer ou incentivar o acesso a programas de perda de peso baseados em evidências e serviços de apoio multidisciplinar, como aconselhamento nutricional, apoio psicológico e orientação para exercícios físicos.
Promoção da Saúde Mental: Reconhecer e tratar problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, que podem estar relacionados à obesidade. A saúde mental e emocional desempenha um papel significativo na saúde geral.
Envolvimento da Indústria Alimentar: Trabalhar em conjunto com a indústria alimentar para promover a reformulação de produtos, reduzir o tamanho das porções e melhorar a transparência na rotulagem dos alimentos.
Campanhas de Conscientização: Realizar campanhas de conscientização pública sobre os riscos de obesidade, seus fatores de risco e estratégias para prevenção e tratamento.
Apoio a Pesquisas: Investir em pesquisas sobre obesidade, incluindo suas causas, tratamentos e estratégias de prevenção para desenvolver políticas e abordagens eficazes.
A abordagem ideal para combater a obesidade pode variar de acordo com a cultura, o contexto local e os recursos disponíveis. Uma abordagem multifacetada e colaborativa é geralmente a mais eficaz para lidar com esse problema global de saúde pública. Além de quê, individualmente, cada pessoa pode tomar medidas para minimizar o problema da obesidade e promover um estilo de vida mais saudável: escolher alimentos mais saudáveis, controlar as porções das refeições, balancear as refeições, evitar fast food e alimentos prontos, criar um ambiente alimentar saudável na despensa e geladeira, cozinhar mais em casa, manter-se hidratado, praticar alguma atividade física ou exercícios físicos, evitar o sedentarismo, manter-se mais ativo durante o dia, dormir bem, gerenciar os estresses, manter um registro alimentar, evitar comer por impulso, se conscientizar, se informar (o conhecimento e a compreensão dos fatores que aumentam a obesidade pode ajudar na tomada de decisões mais saudáveis) e educar sobre os riscos da obesidade. Ainda, se necessário for, buscar apoio. Todas essas ações combinadas podem fazer uma grande diferença.
Seja você também um promotor de mudanças e atitudes saudáveis na sua família, no seu trabalho e na sua comunidade. Envolva-se!
https://abeso.org.br/ > A Abeso é uma entidade multidisciplinar sem fins lucrativos, uma fonte de informações corretas sobre a obesidade e suas complicações.
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