O destino dos descartes

Quando a gente vê a quantidade de descartes gerada numa cidade, vila ou comunidade, e principalmente quando percebe quanto lixo é jogado nas ruas, nos parques, nas praias… a primeira coisa em que a gente pensa é cobrar dos governantes uma solução. Isso em parte está certo… Os lixões precisam ser instalados em locais adequados (falaremos disso adiante, quando abordarmos a temática da água), de modo que seus malefícios (os quais sempre existirão) sejam mais toleráveis. Poucos são os prefeitos que se dispõem a gastar com lixões, porque eles “não dão IBOPE”. Então, cobrar do poder público uma postura adequada é uma atitude cidadã.

Para além dos governantes, precisamos cobrar da comunidade. São necessárias campanhas de conscientização sobre a separação correta dos descartes: “lixo que não é lixo” para a reciclagem, lixo orgânico vegetal para compostagem, lixo tóxico para recolha especial, etc. E, claro, além de cobrar do vizinho, que não retira o lixo do terreno baldio ao lado, é importante cobrar também daquele parente próximo que faz exatamente a mesma coisa aonde reside. Precisamos promover o ambiente em que queremos habitar.

Em países desenvolvidos, também há problemas com o lixo; mas muito menos, porque a participação do povo é outra. Na Alemanha, por exemplo, não é todo dia que passam caminhões de lixo recolhendo sacos. Cada família (mesmo em prédio) estoca seu lixo em locais adequados até o dia da coleta, que pode demorar até duas semanas. Separam-se, no mínimo: lixo orgânico vegetal (restos de plantas, de frutas e de verduras sem tempero); lixo orgânico comum (“lixo de verdade”, pelo qual se paga tarifa mensal conforme o volume produzido); papéis (de escritório, de embalagens, etc., todos recolhidos em separado dos demais lixos); lixo plástico (garrafas pet não retornáveis, embalagens, etc., e “lixo que não é lixo” em geral); garrafas pet retornáveis (também levadas a coletores especiais, dentro de supermercados, e na hora se recebe de volta o dinheiro que se pagou por essas embalagens quando se adquiriram os produtos nelas contidos); pilhas e baterias (coletores especiais em diferentes estabelecimentos); metais (como tampas, por exemplo) podem ser levados a coletores especiais em cidades que deles dispõe, ou colocados junto com os plásticos, quando não há coletores específicos; papel alumínio (o mesmo que os metais); vidros devem ser separados pela cor (há um coletor diferente para cada cor de vidro) em branco, verde, marrom e outros (esses coletores são deixados em lugares públicos estratégicos nas cidades, como parques ou estações de trem). Vemos que é a participação da sociedade que faz toda a diferença.

Não podemos “tapar o sol com a peneira” – espere aí… aonde encontrou essa peneira?!… Melhor perguntar. Porque por tudo nas cidades do Brasil tem descarte de todo tipo!… Precisamos resolver o problema do lixo, antes que seja tarde. Nosso povo precisa se mobilizar. O futuro da nossa espécie trilha caminhos necessariamente mais limpos do que os atuais.

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