Empresário acusado de ser mandante de crime é solto após 24 horas de voltar para prisão

O retorno para a cadeia durou menos de 24 horas para o empresário Onildo Chaves de Cordova II.

Acusado de ser o mandante da morte do fiscal de combustível Fabrizzio Machado da Silva, Onildo que havia conseguido recurso para deixar o sistema penitenciário para um tratamento de saúde, teve a prisão preventiva decretada novamente na última sexta-feira (16/02), a qual foi cumprida pela polícia quando ele saía de um cinema em Curitiba. Porém, neste sábado (17) o Tribunal de Justiça acatou o pedido de habeas corpus da defesa do empresário, o que estabeleceu sua soltura.

Logo após Onildo voltar para trás das grades na sexta-feira, o advogado de defesa dele, Rafael Guedes de Castro em nota divulgada para a imprensa afirmara que a prisão era “totalmente ilegal”. “O decreto de prisão é absolutamente ilegal. Foi deferido pela juíza substituta, após ser induzida em erro pelo promotor de justiça.

Importante destacar que a prisão viola decisão proferida pelo tribunal de justiça e pela juíza titular do tribunal do júri que já tinham reconhecido o direito de Onildo responder o processo em liberdade. Todas as medidas legais serão tomadas para combater a injustiça cometida”, trazia a nota.

O empresário teve a prisão preventiva decretada pela juíza Karine Pereti de Lima Antunes, da 1ª Vara Tribunal do Júri, baseada em um pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ele tinha sido preso em abril do ano passado, mas em dezembro foi liberado ao apresentar um recurso na Justiça para realizar um tratamento de saúde, em uma clínica de psiquiatria. Essa liberação perduraria até que ele recebesse alta, o que, segundo o MPPR teria ocorrido no último dia 09 de fevereiro. De acordo com a decisão da juíza, em nenhum momento “houve revogação da prisão preventiva, mas sim adequação do caso concreto até que houvesse liberação médica, o que ocorreu em 09/02/2018”.

Onildinho já foi vereador em Mandirituba, na RMC e era proprietário de quatro postos de combustíveis na região de Curitiba.

Entenda o caso

De acordo com a investigação da Polícia Civil, Onildo Chaves Córdova II é apontado como mandante do assassinato de Fabrizzio pelo valor de R$ 21 mil reais.

E a motivação teria sido justamente o papel de Fabrizzio em fiscalizar a qualidade dos combustíveis vendidos nas bombas, bem como checar eventuais fraudes. Na oportunidade, além de Onildo foram presos Patrick Jurczyszin Leandro, acusado de ter atirado contra a vítima e o intermediário Ronei Dulciano Rodrigues.

À época dos fatos, a Polícia Civil do Paraná havia desencadeado a Operação Pane Seca que investigava fraudes em postos de combustíveis. Vários postos foram fechados, entre eles, alguns de propriedade de Onildo que passou a ser apontado como principal suspeito do crime contra Fabrizzio depois da prisão de Patrick, autor dos disparos. Patrick confessou que teria recebido R$21 mil reais do empresário para matar o fiscal.

Pane seca

A Operação Pane Seca foi deflagrada depois da denúncia de Fabrizzio sobre as irregularidades encontradas nos postos da região de Curitiba. De acordo com as investigações, foram encontradas nas bombas de combustíveis placas eletrônicas que ludibriavam o consumidor.  Através de um controle remoto, os donos ou gerentes dos postos acionavam um dispositivo que interrompia a vazão de combustível no bico, enquanto o cliente estava abastecendo. No entanto, a contagem continuava normalmente na bomba. Assim, o cliente levava menos combustível do que pagou. Outra irregularidade encontrada foi  uma quantidade maior de água e álcool na gasolina que permitido por lei.

Desde a prisão em abril do ano passado, Onildo nega qualquer participação.

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