Síndrome dos ovários policísticos: pesquisadores anunciam descoberta que pode ser a provável causa do problema

Por Dino Divulgador de Notícias

(DINO – 25 jun, 2018) – A síndrome dos ovários policísticos é a doença que mais afeta mulheres em idade reprodutiva. Pode causar uma taxa anormalmente alta de testosterona no corpo da mulher e é uma das principais causas de infertilidade. O estudo realizado no Instituto Nacional de Pesquisa Médica e de Saúde da França mostrou que a doença é consequência da exposição excessiva do útero durante a gestação ao hormônio anti-Mülleriano, um marcador da reserva ovariana usado em técnicas de reprodução assistida e importante para tratar pacientes com Síndrome de Ovários Policísticos (SOP).

A pesquisa revelou que mulheres grávidas que possuem SOP têm um nível de hormônio anti-Mülleriano 30% maior do que o normal. E pode para a produção de testosterona, o que gera incômodos como excesso de pelos no rosto, acnes, ganho de peso e menstruação irregular na mulher. Os pesquisadores acreditam que esse desequilíbrio hormonal na gestação é o responsável por induzir o problema em suas filhas. Até então, a origem do distúrbio era desconhecida pela medicina e a descoberta promete ampliar o horizonte de tratamentos para as mulheres nessa condição. “É um trabalho inovador, pois traz uma possível causa e até tratamento para o ovário policístico, doença que afeta pelo menos 10% das mulheres”, avalia o ginecologista e obstetra Alfonso Massaguer, diretor da clínica Mãe de Reprodução Humana.

Durante os testes, os pesquisadores injetaram excesso de hormônio anti-Mülleriano em camundongos fêmeas que estavam grávidas. Os resultados nas filhotes fêmeas foram diferentes dos machos, à medida que elas cresciam, apresentavam vários sintomas da SOP, incluindo ovulação pouco frequente, puberdade tardia, atraso na gravidez e menor número de filhotes. “O ambiente de formação de um feto é cada vez mais estudado, e este trabalho mostrou que um hormônio elevado durante a gravidez é um possível causador da síndrome. É revolucionário, mas precisamos de novos trabalhos”, acrescentou o Dr. Alfonso.

No Brasil cerca de dois milhões de casos são diagnosticados anualmente, e a estimativa é de que três quartos dessas mulheres possuem dificuldades para engravidar. Os tratamentos para infertilidade derivados dos ovários policísticos estão disponíveis, mas muitas terão que usar técnicas complexas para conseguirem engravidar. Para a medicina, havia a compreensão de que os ovários policísticos envolviam fatores genéticos e ambientais, e a pesquisa trouxe uma nova perspectiva para os tratamentos. “É um trabalho experimental feito em camundongos, que não

poderá ser repetido em humanos, mas abre caminho para vários outros estudos que visem comprovar esta teoria e buscar novos tratamentos para a SOP”, finaliza o médico.

Website: http://www.mae.med.br

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