Secretaria de Saúde emite alerta para chegada iminente do surto de sarampo no Paraná

Foto: Jaelson Lucas/ANPr

Há 21 anos não há um registro de caso de sarampo em Curitiba. Essa conquista, porém, está ameaçada. Desde 1º de janeiro deste ano foram confirmados 426 casos de sarampo no Brasil, com números expressivos nos estados de São Paulo (350), Pará (53), Rio de Janeiro (11), Minas Gerais (4), Amazonas (4), Santa Catarina (3) e Roraima (1). Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde neste mês e motivaram a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba a emitir um alerta sobre o iminente surto de sarampo na cidade.
O documento esclarece que o surgimento dessa epidemia se deve há um acúmulo de indivíduos suscetíveis – pessoas que nunca tiveram sarampo ou que nunca se vacinaram adequadamente –, quantidade suficiente para sustentar a transmissão do vírus. Nessas situações, todas as faixas etárias são afetadas, com maior incidência em crianças menores de um ano de idade.
Para manter o estado sem a doença é preciso aumentar a cobertura das vacinas, em especial as crianças com 12 meses de vida. A meta do Programa Nacional de Imunização é que a cobertura vacinal chegue a 95%, porém dados registrados até junho no Paraná indicam que 89,8% das crianças nessa faixa etária foram imunizadas.
A Chefe de Divisão do Programa de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Vera da Maia, explica que a vacina integra o calendário nacional de vacinação. Entre as vacinas que a criança recebe até o primeiro ano de vida está a tríplice, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola. A primeira dose é aplicada aos 12 meses de vida e a segunda dose aplicada aos 15 meses na vacina tetra ou tríplice viral + varicela, que previne, além de sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora.
Quem tem até 29 anos deve receber duas doses para a imunização. Para a população entre 30 e 49 anos, o indicado é que recebam uma dose da vacina tríplice viral. Pessoas imunodeprimidas, acima 50 anos ou mulheres grávidas não devem tomar a vacina.
Os profissionais da área da saúde devem ser vacinados com as duas doses da tríplice viral até os 49 anos, independente se atuam na atenção primária, secundária ou terciária.
Vera da Maia esclarece que o registro consta na carteira de vacinação. “Esta é uma vacinação seletiva, ou seja, é preciso resgatar a informação se esta pessoa recebeu ou não a vacina. Caso a pessoa não tenha mais a carteira, é preciso ir até a unidade de saúde e conferir o registro se ela tomou ou não e se não tiver registro, deve receber a vacina”, comenta Vera.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa, transmitida por vírus e que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações decorrentes do sarampo são mais graves em crianças menores de cinco anos e podem causar meningite, encefalite e pneumonia. O vírus é transmitido pela respiração, fala, tosse e espirro. As micropartículas virais ficam suspensas no ar, por isso o alto poder de contágio da doença.
Os sintomas mais comuns são: febre alta, dor de cabeça, manchas avermelhadas na pele (aparecem primeiro no rosto e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo), tosse, coriza e conjuntivite. Como não existe tratamento específico para o sarampo, é importante ficar atento caso alguém com quem teve contato fique doente.
Quem já teve a doença não corre o risco de ser contaminado pelo vírus novamente. Porém, a comprovação deve ter sido por meio de exame laboratorial.
O sarampo pode deixar sequelas caso não seja tratado. As complicações da doença são: otites, infecções respiratórias e doenças neurológicas, e em casos mais graves podem provocar surdez, cegueira, retardo do crescimento e redução da capacidade mental.
O período entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é de cerca de 12 dias. Porém, a transmissão pode ocorrer antes do aparecimento dos sintomas e estender-se até o quarto dia depois que surgiram manchas avermelhadas na pele.
Quando ocorre suspeita ou a confirmação de sarampo, a pessoa fica em isolamento e é realizado o bloqueio com a aplicação da vacina tríplice viral em todos que tiveram algum contato com o doente. Com essa ação, a tentativa é parar o vírus com a imunização de todos os indivíduos que estão em risco.

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