Sistema Imunológico e Emoções

Imagem: Revista Planeta (N° Edição: 541 - 31/10/2018)

Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.

Apesar de debatida desde a época de Hipócrates (Pai da Medicina, 370 a.C.), a associação entre as emoções e as doenças tem sido explicada com muito mais clareza nas últimas décadas, devido aos avanços em biologia celular e molecular, genética, neurociências e em estudos de imagem cerebral. Estes avanços revelaram as diversas conexões entre os sistemas neuroendócrino, neurológico e o sistema imunológico e, dessa forma, entre emoções, pensamentos e doenças. O Sistema Imunológico (S.I.) – constituído principalmente pela medula óssea (tutano), o timo (glândula), os linfonodos (gânglios linfáticos) e o baço (órgão linfático) -, é reconhecido como o terceiro maior sistema regulador do corpo, em pé de igualdade com o Sistema Nervoso Autônomo/SNA (aquele que controla todo o nosso corpo independente da nossa vontade) e o sistema endócrino (com suas diversas glândulas na produção de hormônios), responsável pela regulação de todo nosso metabolismo.

A concepção do sistema imunológico como um grande sistema fisiológico autônomo de funcionamento – com a tarefa de reconhecer o que é bom e o que não é bom no interior do organismo -, deixou de ser exclusivamente químico e independente. Hoje, diferentes correntes na comunidade científica já estabelecem uma visão integrada e mais ampla onde se reconhece que o sistema imunológico interage com outros, sendo muito sensível aos estímulos regulatórios dos sistemas nervoso e endócrino. Desta forma, é muito natural, em face de uma ameaça biológica externa, com uma determinada potência, a imunocompetência – capacidade do sistema imunológico proteger o corpo num determinado momento -, estar relacionada com os fatores psicossociais que a rodeia. Ou seja, a relação com o ambiente externo, e como reagimos a ele, através dos nossos pensamentos e emoções, interferem diretamente em nosso nível de estresse. E este, sabe-se, sinaliza para produção, maior ou menor, de mediadores químicos (hormônios e enzimas) que regulam diferentes estruturas fisiológicas e metabólicas. Inclusive o próprio Sistema Imunológico.

Diferentes fatores externos tem a capacidade de mediar a relação entre S.I. e o estresse. Entre estes fatores estão os estados emocionais: o tipo e a intensidade do problema que a pessoa está a enfrentar, as características de personalidade individual, a qualidade das relações sociais e como cada indivíduo reage aos estímulos estressores. A relação entre stress e doença, nos tempos modernos, começou a ser estabelecida por Hans Hugo Bruno Selye (Endocrinologista Húngaro, lá em 1976) onde ele sugeria que os estressores crônicos contribuíam para um estado de exaustão do organismo pondo em risco o seu equilíbrio. Assim, as respostas que envolvem as ligações entre cérebro, hormonas e sistema imunológico, passariam, ao fim de um determinado tempo, a ter dificuldades em lidar com o estresse e as manifestações de doença poderiam ocorrer num grau e frequência maiores.

A resposta imunológica é mediada por fatores como a ativação do Sistema Nervoso Central (SNC), em resposta hormonal (endócrino) às mudanças comportamentais, em função das características e estados psicológicos. Estas ligações entre o SNC e o sistema imunológico foram identificadas pela observação de que linfócitos (Sistema Imune) têm receptores para os neurotransmissores (SNC). E vários autores também já comprovaram, igualmente, ligações entre o sistema imunológico e o sistema endócrino através do efeito de diferentes mediadores hormonais (epinefrina e norepinefrina, cortisol, prolactina, GH, entre outros), em resposta aos diferentes tipos de estresse (físicos e mentais).

Esta nova abordagem passou então a considerar estes desafios colocados pelos acontecimentos diários da nossa vida sobre a saúde física e emocional e a maneira como, segundo as características psicológicas individuais, as estratégias de confronto utilizadas pelas pessoas para lidar com essas as situações complicadas, interferem na sua resposta imunológica. Este entendimento assume que o impacto de uma situação potencialmente estressora no indivíduo depende da avaliação que ele faz dela, bem como das estratégias que ele utilizará para resolver o problema. Insegurança, ansiedade excessiva, raiva, medo, tristeza, mau humor, radicalismos, falta de ação, falta de conhecimento, vitimismo, são algumas reações/situações potencialmente perigosas que podem contribuir para elevar os níveis de estresse. Enquanto que a espiritualidade, o perdão, leveza, criatividade, flexibilidade (jogo de cintura), bom humor, alto astral, alegria, estudo, trabalho em equipe… são atitudes que interferem positivamente. Podemos então fazer esta correlação direta de um S.I. mais alerta com as características psicológicas de cada pessoa. Também, por outro lado, estas mesmas caraterísticas ainda poderão influenciar outros aspectos comportamentais importantes na resposta do sistema imunológico: boas práticas de saúde diária como, dieta, atividade física, hidratação e sono adequado aumentam a resposta imunológica.

Assim, enquanto alguns investigadores procuram averiguar o impacto de acontecimentos da vida diária na saúde e/ou no sistema imunológico; outros tentam diferenciar o efeito dos acontecimentos da vida em função das emoções envolvidas, do estilo cognitivo (forma de pensar), ou das características de personalidade da pessoa, no sistema endócrino. E parece que tudo está interligado. Viva bem e mantenha seu sistema imunológico saudável.

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Fontes:

1https://www.cos.ufrj.br/uploadfile/publicacao/951.pdf
2)http://siaibib01.univali.br/pdf/Jucemara%20Gervasio.pdf
3)https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000300002&lng=pt&tlng=pt
4)http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5826/1/EMO%C3%87%C3%95ES%20E%20SISTEMA%20IMUNOL%C3%93GICO.pdf

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