Eleições 2020

www.asemananews.com.br
© Antonio Augusto/Ascom/TSE

Por César Graça

O resultado das eleições de 2020 foi algo inesperado. O poder político se espalhou mais. Os partidos tradicionais diminuíram. A maioria esperava uma continuidade de crescimento dos partidos de direita. Não foi o que aconteceu. Os partidos do centrão é que cresceram. Os partidos de esquerda diminuíram, mas nem tanto. A exceção foi o PT, que encolheu bastante. Os escândalos de corrupção ainda pesam muito. Agora as bancadas estão mais distribuídas. Não existe mais a concentração do poder político em poucos partidos. O que vale agora é a capacidade de composição.
Com isso o poder político do presidente Bolsonaro aumentou. O executivo está organizado e realizando uma agenda reformadora. A capacidade de entregar obras funcionando é a sua grande marca. O seu planejamento dá destaque à capacidade de crescimento. Os eixos de infraestrutura para acelerar o crescimento do agronegócio é um dos seus grandes objetivos. A sua sorte é que muitas dessas obras já vinham sendo feitas há muitos anos, mas nunca terminadas. Com algum esforço foram terminadas, o que causou um grande impacto.
Esses eixos estão distribuídos pelo país inteiro. Cada canto tem a sua obra em construção, o que faz um contraste muito grande entre a crise de desemprego e as obras novas. A mensagem é clara: o governo quer criar empregos no setor privado.
Os empreendedores se sentem prestigiados. Muitos entram na euforia do governo e criam negócios que geram novos empregos. O setor privado ligado às exportações do agronegócio está eufórico. A todo o momento o governo está demonstrando o seu apoio.
Os partidos políticos muito dependentes dos funcionários públicos e dos empregos na área pública saíram desgastados da eleição. Não conseguiram demonstrar o que estariam produzindo para a nação.
A ordem agora é entregar obras. Quem não puder demonstrar o que está fazendo não terá futuro. O exemplo do presidente Bolsonaro criou um fato novo. Demonstrou que é possível fazer muito com poucos recursos. A desculpa muito comum no passado – que não tem verba – não cola mais. Quem não entrega obras é porque não tem competência.
O Congresso sai das eleições acuado. A sua postura de ser contra as reformas é uma clara demonstração de apoio ao velho sistema de apoio aos privilégios dos políticos e dos funcionários públicos.
O governo quer as reformas para acelerar o crescimento econômico. O Congresso não quer renunciar aos privilégios que detém. Esse será o embate até as eleições de 2022. A tendência é do Congresso resistir o que der. Vai fazer pequenas concessões para aparecer que está fazendo algo.
Enquanto isso a imagem do presidente Bolsonaro vai crescendo. A sua atitude de enfrentar os problemas com determinação chama muito atenção. O caso da epidemia foi determinante para fixar a sua imagem. Desde o início está preocupado em encontrar um equilíbrio entre a epidemia e o emprego. Fez a sua parte criou o Auxílio Emergencial e transferiu verbas para os estados e municípios.
Os casos de corrupção entre prefeitos e governadores foram enormes. Muitos políticos não conseguiram a reeleição. Outros conseguiram. A população mostrou que admira as transformações, mas não quer mudanças radicais. Dividiu bem os votos em vários partidos políticos. Não existe mais uma liderança clara entre os partidos políticos. É preciso de muita composição para fazer algo nas Câmaras Municipais. Cada cidade ditou o ritmo das transformações. Algumas cidades renovaram bastante o quadro de vereadores. Outras nem tanto. Algumas conseguiram a redução dos salários dos vereadores e do prefeito. Cada cidade dita o ritmo das reformas que quer fazer. O contraste do que faz o governo federal, os governos estaduais e os municipais é muito forte. Vamos aguardar a eleições de 2022 para ver o nível das reformas que os eleitores desejam para as Assembleias Legislativas e para o Congresso Nacional. 20

- Anuncie Aqui -