Por César Graça
Não vim conduzir ovelhas, mas despertar leões.
A Argentina está despertando de um longo pesadelo. Por muitas décadas esteve dominada por partidos de esquerda. Hoje, está caminhando rapidamente em direção à Venezuela. A sua economia não para de cair.
Nas prévias das eleições de 14 novembro, feitas em 12 de setembro, os partidos de esquerda sofreram uma dura derrota. Um novo personagem se destacou nessas prévias: Javier Milei, um professor de economia ligado à Escola Austríaca. Foi algo totalmente inesperado. Os velhos políticos ligados ao Partido Peronistas ficaram petrificados. Viram que não mais dominavam a política na Argentina.
Os jornalistas já conheciam Milei há mais de cinco anos. Os seus discursos agressivos contra as ideias da esquerda eram muito contundentes. Introduziam uma nova forma de ver a economia. O que mais chamava atenção eram os valores éticos. Algo novo na política argentina. A ética sempre andou muito distante da política argentina. O que dominava era o populismo das esquerdas, que prometiam muito e entregavam migalhas para as pessoas mais humildes.
Foi nos bairros mais pobres da periferia de Buenos Aires, que Milei teve mais votos. Isso foi algo totalmente inesperado. Os jornalistas não conseguiam entender como o discurso agressivo e intelectual conseguira chegar aos cidadãos mais simples, com pouca formação escolar. As respostas dos cidadãos foram bem simples, eles queriam trabalhar. Sabiam que as esmolas que o governo dava só os deixariam cada vez mais pobres. Estavam votando em um político que prometia gerar oportunidades de emprego. A simplicidade da resposta, pegou os jornalistas argentinos totalmente despreparados. A população mais simples tinha ética. Algo que há muito tinha desaparecido da política argentina.
As teses políticas de Milei tinham revolucionado a política argentina. Javier Milei é só um candidato à deputado federal pela cidade de Buenos Aires e, de repente, tinha colocado toda a política argentina de ponta cabeça, trazendo temas éticos para o discurso político.
O mais surpreendente ainda foi a reação de outros países hispânicos da América Latina. Até os cubanos residentes nos Estados Unidos ficaram entusiasmados com Milei. Pois viram nas ideias de Milei uma oportunidade de tirar os irmãos Castro do poder de Cuba. O que também chamou atenção da imprensa dos Estados Unidos.
A imprensa brasileira também começou a falar de Milei, mas de uma forma muito tímida. As suas ideias encontram eco nos seguidores do presidente Bolsonaro. Um dos seus filhos, Eduardo, fala espanhol muito bem. E mostrou o relacionamento das ideias de Milei com as ações que o presidente Bolsonaro está implementando no Brasil. O que foi algo totalmente novo para a imprensa argentina.
Lá o pensamento de esquerda domina a percepção do que Bolsonaro está fazendo no Brasil. Os números da economia brasileira são pouco conhecidos. Muito menos ainda o apoio que Bolsonaro recebe da população brasileira. Essas associações levam Milei a ser um sério candidato à presidência argentina nas eleições de 2023.
O Brasil sempre esteve muito distante dos países hispânicos da América Latina. Eles têm muita dificuldade de entender Bolsonaro. Principalmente a sua relação com o povo brasileiro. O que chega lá são os discursos da esquerda brasileira. E os hispânicos da América Latina tomam essas mentiras como se fossem verdade.
Alguns argentinos que vivem no Brasil há muitos anos e brasileiros que vivem há muito tempo na Argentina tentam mostrar que a realidade é muito diferente dos discursos das esquerdas, mas sem muito sucesso. Agora com Milei, a compreensão do fenômeno Bolsonaro no Brasil toma outra dimensão para a imprensa argentina. Será que a Argentina também terá um presidente de direita ao estilo de Bolsonaro?
Cada vez mais os discursos de Milei começam a fazer sentido para a imprensa argentina. Frases dos discursos políticos de Milei já viraram bordões nos programas humorísticos da televisão argentina. Esse fato é um sintoma que as ideias de Milei já chegaram ao povo.
O aval dos Bolsonaros para as ideias de Milei é um importante apoio. A economia brasileira vai muito bem aos olhos dos argentinos. O forte fluxo de argentinos migrando para o Brasil confirma isso. A mensagem que colocam nas redes sociais é bem clara: hoje, se vive bem melhor no Brasil que na Argentina. As redes sociais são impiedosas com os políticos tradicionais no mundo inteiro. Na Argentina não é diferente.
Apesar de todas as proibições de sair da Argentina, os emigrantes argentinos estão saindo e vindo para o Brasil. São muito bem acolhidos pelos brasileiros. A facilidade de se legalizar no Brasil é muito grande, por causa dos acordos do Mercosul. A rede de argentinos vivendo no Brasil é muito grande e acolhedora. Tudo isso facilita muito a integração dos recém-chegados. Que logo estão colocando as suas experiências nas redes sociais, encorajando novas ondas de imigrantes para o Brasil.
Todo esse movimento confirma os discursos de Milei. A esquerda argentina se sente desmascarada. A brasileira, acuada. Não consegue explicar esse movimento de emigração em massa dos argentinos para o Brasil. Como não conseguiram explicar a vinda dos venezuelanos e cubanos. Estes são bem mais agressivos. Estão a todo momento desmascarando o discurso dos esquerdistas brasileiros que Cuba é um paraíso.
Muitas vezes esse confronto é hilário. Jovens muito despreparados repetem o discurso vazio da esquerda brasileira. Os cubanos demostram que a realidade é bem diferente. Os testemunhos dos imigrantes é contundente: vive-se muito melhor no Brasil que nos países esquerdistas.
