Por Eliane Malpighi
“Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Observou tudo à sua volta e, como já era tarde, foi para Betânia com os Doze. No dia seguinte, quando estavam saindo de Betânia, Jesus teve fome. Vendo à distância uma figueira com folhas, foi ver se encontraria nela algum fruto. Aproximando-se dela, nada encontrou, a não ser folhas, porque não era tempo de figos. Então lhe disse: “Ninguém mais coma de seu fruto”. E os seus discípulos ouviram-no dizer isso.” (Mc 11:11-14).
Quem não é judeu ou não entende de agricultura, como eu, pode, à primeira vista, pensar que Jesus foi extremamente radical ao amaldiçoar aquela figueira, afinal de contas, o texto comenta que não era tempo de figos! Mas você sabia que a figueira primeiro produz o fruto e depois é que nascem as suas folhas? Ou seja, mesmo fora de época uma figueira com folhas traz a promessa de conter frutos! Assim, quando Jesus olha a aparência daquela figueira, certamente frondosa, imaginando que ela havia produzido frutos fora da época, não apenas se decepcionou com sua esterilidade como também aproveitou – como sempre costumava fazer, usando as coisas do dia a dia – para ensinar uma lição aos seus discípulos: de nada adianta ter aparência de cristão se não agir como cristão. Se não frutificar conforme os princípios do Reino de Deus. Se não possuir consistência entre o que fala e o que vive de fato. Aquela figueira tinha aparência de ter, mas não tinha. Parecia ser produtiva, mas não era. Que essa palavra dura, porém falada de modo tão pertinente, possa nos levar a refletir que tipo de figueira temos sido? Que a pergunta em nossa mente e coração seja a mesma de Paulo aos gálatas (1:10): “Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo.”!
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