A distância não cura. (Lucas 24. 13;35 – Emaús)

Foto: Reprodução

Por Luiz Gustavo

É o nosso desejo, se distanciar das situações e locais que passam a intensificar as dores internas. A passagem dos dois discípulos no caminho para Emaús em Lucas 24 me faz refletir. Jerusalém lembrava os dois discípulos de um Mestre, um Amigo, um Consolador, um Homem com sabedoria e uma bondade magnetizante que atraia corações famintos e arrasados por uma esperança que o mundo sempre fora incapaz de oferecer.
O que se fazer quando, de repente, essa esperança se vê morta? Corremos então para outra vila, para outra cidade, outros abraços, outros locais, outros vícios, para lugares distantes que não nos traga a recordação daquilo que, um dia, amamos com total entrega. Ele ensinava sobre amor, perdão e novos começos. Será que os novos começos dos dois discípulos haviam terminado por ali? Será que realmente acreditaram no que Ele ensinava? Se de fato, tudo o que havia dito até ali havia se cumprido, então porque não conseguiram acreditar que Ele retornaria ao terceiro dia? É o que a dor da perda faz, nos tira a capacidade de confiar.
Foram então para Emaús, tentando correr das lembranças da perda que Jerusalém os havia marcado. Tentando em vão correr de uma simples cidade quando na verdade queriam se afastar de si mesmos. Podemos tomar distância daquilo que nos perfura com traumas e agonias, mas somos incapazes de fugir do coração que bate em nós, e é ele que, independentemente para onde vamos, iremos ou estamos, permanece acorrentado pelas lembranças doloridas que nos persegue até que um dia, enfim, sejam libertas.
Somos muitas vezes como esses dois discípulos, não é mesmo? Correndo das lembranças que nos corroí de dor? Aqui eu encontrei o alívio que o mundo nunca conseguiu me dar – O alívio de saber que nos meus passos errados Jesus me encontrou! Me fez voltar para ter um novo começo e enxergar que os meus sonhos não estavam mortos, apenas guardados, esperando a minha decisão de voltar para Ele; o único caminho que nos é certo.
Ele ressuscitou e ressuscita em nós o desejo de tê-Lo – O nosso coração queima com uma nova vontade, a vontade de viver com, para e n’Ele todos os dias. Com Jesus as nossas dores são curadas e ganham sentido. De fato, dá vida ao que está morto e a esperança em nós que havia morrido vive novamente com Ele, porque n’Ele está a esperança, porque enfim, Ele é a Esperança!
“E disseram um ao outro: Porventura, não nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras?’’ – Lucas 24:32’’

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