Qual é o seu maior tesouro?

Foto: Reprodução

Luiz Gustavo

“Ponha as primeiras coisas em primeiro lugar e teremos as segundas a seguir; ponha as segundas coisas em primeiro lugar e perderemos ambas.” — C. S. Lewis

Certa vez eu li que no centro do coração do homem há um altar disputado pela vontade de Deus e pela vontade do homem. Altar cuja posição é indiscutivelmente dEle, mas que, por prazeres ou caprichos pequenos, tentamos ocupar com demais coisas. Abraão provou dolorosamente essa disputa quando subia o monte para sacrificar Isaque, no monte Moriá (Gn 22).

O espaço que era de Deus foi tomado por Isaque, conforme os anos se passaram. Imagino que quanto mais Abraão se aproximava do altar onde faria o sacrifício, mais dele mesmo ele deixava para trás — a obediência para com Deus custa, não somente caro, mas tudo. Contudo, nada é caro demais para ter mais de Deus! Naquele monte, de pouco em pouco, o espaço que estava sendo ocupado por Isaque no coração de seu pai, estava sendo retomado por Deus. A fé que se desdobrou em amor, se provou plena e verdadeira quando a adaga estava prestes a ser lançada com força em Isaque — O coração de Abraão foi provado e aprovado. As coisas secundárias não estavam mais sendo postas como primárias; de fato, Deus estava assentado no coração de Abraão.

Sei bem que nada que provém do homem é capaz de estar no centro do homem, sustentando-o. Como é possível a criação sustentar a própria criação? Buscar, guardar e viver a vontade de Deus (o seu Reino e sua Justiça, conforme Mt 6.33) é ter o coração de Cristo como fonte primária de toda a nossa sede. Fonte que traz propósito e vigor a nossa existência e que alimenta toda a nossa subsistência.

A subida de Abraão foi uma tipificação de Deus oferecendo o seu Filho Único para a salvação da humanidade — da obra redentora de Cristo mediante a Cruz. Tê-Lo como centro é ter a primazia de tudo, a jóia rara de maior valor e que foi encontrada, o sol oculto que nasceu e ofuscou as demais estrelas, a quintessência presente e viva; Jesus. Te-Lo é ter tudo mesmo não tendo nada, e tendo tudo sem tê-Lo é a maior de todas as pobrezas. “(…) porque a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver até o que parece ter lhe será tirado.” — Lucas 8.18

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