Beleza efêmera, essência permanente…

Foto: Reprodução

Por Julio Lima

Num dia aleatório, um homem se levantava da cama pela manhã, e um de seus hábitos matinais era tomar um banho morno e sair para caminhar nos arredores de sua casa para começar o dia num estado de contemplação e gratidão por todos os tesouros de valor imensuráveis que lhes foram dados. Após esse prazeroso momento, ele chega a casa, prepara um café e decide cuidar de suas plantas, e é nesse momento que ele faz uma observação importante.
Devido ao fato do cuidado das plantas em questão fazer parte de sua rotina, é evidente que ele conhece cada detalhe das mesmas, cada pequena folha que nasce, cada novo botão que eventualmente se tornará flor, todavia, esse processo não se trata só de beleza. O homem também convive com o momento em que as folhas secam e caem, momentos em que as flores secam e sua beleza se esvai. Seria possível atingir um estado de beleza permanente e imutável? Evidente que não, não é assim que a vida funciona, constata o nosso personagem.
Analisando esse contexto na Palavra de Deus, nos deparamos com diversos exemplos que se encaixam nessa pequena história tão bem quanto o café preparado pelo homem depois da caminhada citada no início dessa mensagem. Em Eclesiastes 3:1 podemos ler que tudo tem seu tempo determinado, que há momentos específicos para todo propósito debaixo do céu. Logo em seguida, no versículo 2, é mencionado que há tempo de nascer e tempo de morrer, e esse é um princípio que abrange todos os aspectos da vida. Os exemplos são incontáveis, mas continuemos o raciocínio.
Num mundo tão digitalizado, acelerado, e, diga-se de passagem, onde as pessoas mergulham fundo na superficialidade, acaba-se por adotar uma ótica equivocada que nos leva a crer na beleza imediata e permanente das coisas, o que contraria o que as Sagradas Escrituras afirmam. Acabamos por voltar nossos olhos para o ápice dos processos, ou até mesmo para máscaras que encobrem quão dolorosos os mesmos podem ser.
O exemplo das plantas foi propositalmente usado para ilustrar a situação anteriormente descrita. Em certos momentos, elas precisarão entrar num ciclo onde as folhas e flores murcham para que o processo se reinicie, para que o pináculo da beleza seja atingido mais uma vez, de forma a evidenciar a totalidade da essência da espécie em questão.
Por último, mas não menos importante, gostaria de chamar sua atenção para o pilar central dessa mensagem. Poderia a planta passar por esses ciclos e processos caso suas raízes não estivessem fixadas na terra a fim de captar os nutrientes necessários para sua sobrevivência? Pior ainda, poderia uma flor decidir se irar com a terra e passar a afirmar que não precisa do solo pra nada? Indo ainda mais fundo, e se violetas em um vaso passassem a afirmar que o homem não sabe o que é melhor para elas, que de agora em diante elas chegaram num acordo e passarão a produzir melancias?
Assim somos nós quando nos afastamos de Deus, fadados à morte, fadados a secar, florescer e frutificar passarão então a ser meras ilusões amargas. Em Deus estamos aptos a nutrir quem somos, e mesmo que a estação da seca chegue, nossa essência é imutável, pois Ele se encarregará do renovo, de nos levar a uma nova etapa, onde nossas flores toquem as pessoas por sua beleza, onde nossos frutos sejam alimento para os necessitados. Nesse caso, toda honra e toda glória pertencem a quem fornece tudo que precisamos a fim de atingirmos o máximo de quem somos, a quem poda as folhas velhas e nos livra de pragas.
Permita-se ser plantado em solo fértil, permita-se ser cuidado dia após dia. O solo rico aponta para o Reino de Deus, bem como o homem aponta para Cristo Jesus, que faz questão de derramar seu amor sobre seres tão pequenos e frágeis como nós. Mantenha suas raízes fixadas nEle mesmo quando seu exterior não apresentar algo agradável aos olhos de quem olha de fora. O que importa de verdade é que conectados com Ele, a vida não cessará de fluir.
Que a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo estejam com cada um de vocês, amados leitores.

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