Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.
Nosso estilo de vida, hábitos, comportamentos, atitudes e escolhas individuais e até coletivas que adotamos em nosso dia a dia são determinantes para prolongar a longevidade com saúde e independência, mas também, de forma desregrada e descontrolada, afetam precocemente o equilíbrio entre o corpo e a mente, causando diferentes tipos de patologias. Por um lado os avanços tecnológicos e da área da saúde, como nunca antes na história do mundo, nos ajudam a viver por mais tempo, mas por outro a alimentação excessivamente industrializada (muito açúcar, sódio e gordura), a inatividade física, longa exposição a poluentes ambientais, o sono desequilibrado, uso abusivo do álcool, tabaco e drogas, pouca ingestão de água, o estresse a pressão e a ansiedade constante no trabalho e na vida diária, relacionamentos interpessoais desgastados, falta de lazer e do contato com a natureza (e tudo isso são fatores de risco modificáveis), nos empurram para um caminho que pode ser muito mais esburacado e cheio de obstáculos, entre eles as doenças crônico-degenerativas que estão presentes cada vez mais cedo em nossas vidas.
Doenças crônico-degenerativas, também conhecidas como doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), é um grupo patológico que tendem a se desenvolver e persistir ao longo do tempo, geralmente progredindo lentamente. Essas doenças são caracterizadas pela deterioração gradual das células, tecidos, órgãos e sistemas do corpo, e na maioria das vezes estão associadas a fatores de risco comportamentais e ambientais (ou seja, com o nosso estilo de vida).
Exemplos comuns de doenças crônicas degenerativas:
- Doenças cardiovasculares: Como doença coronariana, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e hipertensão arterial.
- Diabetes tipo 2: Caracterizada por resistência à insulina e níveis elevados de açúcar no sangue.
- Obesidade: Condição em que o acúmulo excessivo de gordura pode levar a várias complicações de saúde.
- Doenças respiratórias crônicas: Como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e fibrose pulmonar.
- Doenças osteoarticulares: Incluindo osteoartrite e osteoporose, que afetam as articulações e ossos.
- Doenças neurológicas degenerativas: Como a doença de Alzheimer, esclerose múltipla, demência e a doença de Parkinson.
- Câncer: Um grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento anormal de células que podem se espalhar para outras partes do corpo.
Essas doenças têm em comum, se não houver mudanças nos hábitos de vida, a tendência a piorar progressivamente ao longo do tempo, podendo causar complicações graves e reduzir a qualidade de vida precocemente nas pessoas afetadas. E estão associadas diretamente aos fatores de risco modificáveis o que destaca a importância da prevenção e adoção de um estilo de vida saudável para reduzir o risco de desenvolvimento dessas perigosas condições.
O estilo de vida pode ser influenciado por fatores culturais, sociais, econômicos, ambientais e pessoais. Ele descreve a forma como uma pessoa ou grupo vive, e pode ter um impacto significativo na saúde física, mental e emocional ao longo do tempo. Um estilo de vida saudável, por exemplo, envolve escolhas que promovam o bem-estar geral e reduzem o risco de desenvolvimento destas doenças crônicas, enquanto um estilo de vida menos saudável pode levar a problemas de saúde e menor qualidade de vida.
Os hábitos inadequados de vida podem levar a um estado de inflamação crônica no corpo. Esse processo inflamatório geral, também conhecido como “inflamação sistêmica de baixo grau”, é associado ao desenvolvimento de várias doenças crônicas e ao envelhecimento precoce. Importante esclarecer que a inflamação é uma resposta natural e necessária do sistema imunológico as agressões que o organismo sofre, e é fundamental para o processo de cicatrização, reparação e defesa do corpo. No entanto, quando a inflamação persiste de forma crônica (por muito tempo), pode se tornar prejudicial ao corpo. Os hábitos inadequados de vida podem levar a um desequilíbrio no sistema imunológico e promover uma resposta inflamatória crônica de baixo grau. Essa inflamação persistente danifica tecidos saudáveis e contribui para o desenvolvimento daquelas doenças. Portanto, reduzir a inflamação crônica por meio da adoção de um estilo de vida mais saudável, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento de doenças precoces e melhorar a saúde geral conquistando o que desejamos: VIVER MAIS E MELHOR!
Lembrando que a mudança de comportamento pode ser um processo gradual e que o apoio da família, da comunidade e do ambiente ao redor é crucial para o sucesso dessas iniciativas.
Para ajudar nesse processo, listarei algumas sugestões que podem contribuir para uma vida mais longa e de melhor qualidade:
Alimentação saudável: Priorize uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. Evite o consumo excessivo de alimentos processados, embutidos, açúcar e gorduras saturadas, principais responsáveis pela má alimentação.
Atividade física regular: Pratique exercícios físicos de forma regular para sua vida durar mais e com melhor qualidade, como caminhadas, corridas, natação, dança, ciclismo, ioga ou musculação, de acordo com suas preferências e capacidades.
Evitar o tabagismo: O tabagismo está associado a uma série de doenças graves e reduz significativamente a expectativa de vida. Se você fuma, busque ajuda para parar.
Limitar o consumo de álcool: Se optar por beber, faça-o com moderação. O consumo excessivo de álcool pode causar danos ao fígado, coração e outros órgãos.
Gerenciamento do estresse: Encontre maneiras saudáveis de lidar com o estresse, como meditação, exercícios de respiração, hobbies, atividades relaxantes, contato com a natureza ou conversar com amigos e familiares.
Dormir o suficiente: Estabeleça uma rotina de sono adequada, garantindo o descanso necessário para o corpo e a mente. Afinal, é um dos pilares para uma vida saudável.
Exames de saúde regulares: Faça exames médicos preventivos e mantenha um acompanhamento regular de sua saúde com um profissional de saúde.
Manter-se socialmente ativo: O confinamento ou isolamento social preocupa psicólogos. Mantenha contato com amigos, familiares e comunidade. A interação social pode ter efeitos positivos na saúde mental e emocional.
Evitar exposição a produtos químicos tóxicos e poluentes ambientais: Reduza a exposição a substâncias prejudiciais que possam afetar negativamente sua saúde.
Ter hobbies e atividades de lazer: Dedique tempo a atividades que lhe tragam prazer e satisfação, pois isso contribui para uma vida mais feliz e equilibrada.
Consultar um profissional de saúde: Realizar uma avaliação para prescrição e orientação personalizada é sempre recomendado para alcançar melhores resultados.
Com a adoção de hábitos ou atitudes saudáveis e a busca por um equilíbrio entre o corpo e a mente, é possível desfrutar de uma vida mais longa, feliz e saudável.
AFINAL… A SAÚDE É O MAIS IMPORTANTE!
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